LICENÇA SOCIAL É O PRINCIPAL RISCO EM 2019 PARA MINERADORES
As empresas de mineração em todo o mundo agora consideram o risco de perder sua licença
de operação como o maior risco para seus negócios nos próximos dois anos, segundo um novo estudo da
consultoria EY intitulado “10 Maiores Riscos de Negócios para empresas de Mineração e Metais 2019-20”
De acordo com a 11ª pesquisa anual da EY, realizada com 250 executivos, o tópico foi listado
em sexto lugar na lista dos dez principais riscos enfrentados pela mineradora e metalúrgica em 2019-2020.
Outros desafios apontados pelos participantes foram o crescente nacionalismo, a mudança das percepções
da comunidade sobre as operações de mineração e o impacto da automação na força de trabalho.
Mais da metade (54%) dos executivos consultados apontaram a licença social para operar (LTO,
na sigla em inglês) como o maior risco, mostrando uma importante mudança do foco da indústria do lucro
para a responsabilidade social pela primeira vez nos 11 anos de história da pesquisa.
Com o setor buscando redefinir sua imagem como uma fonte sustentável e responsável dos
minerais do mundo, o relatório cita as crescentes expectativas da sociedade, o impacto do avanço da
tecnologia nas partes interessadas e a necessidade de maior colaboração com todos os grupos de
interessados.
“A licença para operar evoluiu além do foco estreito das questões sociais e ambientais. Há
agora expectativas crescentes de resultados de valor compartilhado de projetos de mineração”, disse Paul
Mitchell, líder global de consultoria em Mineração e Metais da EY.
Exemplos recentes disso são as restrições ao retorno da produção plena da Hydro Alunorte, no
Pará, e operação de minério de ferro da Anglo American, em Minas Gerais.
O principal risco do ano passado, Eficácia Digital, caiu uma posição para o segundo lugar no
ranking 2019-2020. A implementação de tecnologia inovadora continua sendo um desafio fundamental
para o setor. E, embora as mineradoras tenham dado passos significativos na aplicação de soluções digitais
para problemas específicos, os estudos indicam que elas não estão conseguindo fazer isso em toda a
cadeia de valor.
Atualmente, as empresas de mineração e metais não são capazes de competir com outros
setores por talentos com experiência em tecnologia.
A maioria dos entrevistados (72%) disse que estava investindo 5% ou menos de seus
orçamentos em digitalização. Enquanto isso, uma pesquisa recente da EY com mais de 600 executivos de
mineração e metais descobriu que 37% da administração tem pouco ou nenhum conhecimento do cenário
digital.
A disrupção é um novo risco listado pelo relatório, ocupando a oitava posição. Com a
automação já interrompendo a força de trabalho e 31% dos entrevistados afirmando que as empresas de
tecnologia têm o potencial de desempenhar um papel mais dominante no setor, a disrupção está presente
nos 10 principais riscos deste ano.
Segundo o trabalho, as empresas de mineração e metais não são capazes de competir com
outros setores por talentos com experiência em tecnologia. Parte da falta de competitividade está
relacionada à necessidade de as empresas terem uma melhor narrativa em torno de seu propósito, o que
irá construir uma marca para o empregador e atrair uma força de trabalho da geração Milênio, também
conhecida como Y, diz a EY.
“As organizações precisam aproveitar o desejo de requalificação das forças de trabalho
existentes. Isso também permitirá algumas das mudanças necessárias para fazer a transformação digital
funcionar”, afirma o relatório. Outros riscos citados são a maximização do retorno dos ativos, inflação,
combinação de fontes de energia, fraudes e as commodities do “novo Mundo”, como lítio, cobalto e cobre.
Clique aqui para ler o documento na íntegra, em inglês.
Fonte: Notícias de Mineração/ADIMB
Autor: Emerson Gomes
Data: 07/12/2018