EM MEIO À DOR E À INDIGNAÇÃO
A Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) está de luto pela tragédia que abalou a população brasileira, o rompimento da barragem em Brumadinho. Nos solidarizamos profundamente com aqueles que perderam familiares e amigos neste desastre de proporções incalculáveis para a vida humana, para o meio-ambiente e para o Brasil perante o mundo.
A indignação pública quanto à impunidade sobre a tragédia de Mariana, ocorrida há cerca de três anos, ressurge e ecoa em todas as mídias perante essa tragédia novamente no Estado de Minas Gerais. Este surto de consciência deve se tornar perene e não se acomodar até sermos sacudidos por outra tragédia. Até quando seremos lenientes com nossos erros, responsabilizando o acaso como culpado?
É imperativo que as responsabilidades sejam rigorosamente apuradas e que sejam aplicadas as sanções cabíveis de forma a que se evite um próximo desastre.
Se tanto a barragem em Mariana quanto a de Brumadinho, de responsabilidade da Vale, foram consideradas como de “baixo risco”, é evidente que o atual sistema de controle está falido e que urgentemente seus critérios necessitam ser revistos. Contudo, um maior rigor legal só se traduzirá em benefício social por meio de criteriosas vistorias presenciais com poder de embargo.
Esta fiscalização de barragens, que implicitamente nos conduz à gestão e prevenção de riscos, compete à recém-criada Agência Nacional de Mineração, a qual deverá receber a máxima atenção do Governo Federal no que tange a recursos técnicos e financeiros para que outros danos sejam evitados.
A SBG é francamente favorável à mineração como opção de desenvolvimento, entretanto, de forma alguma podemos compactuar com um modelo em que o poder econômico desconsidere os riscos aos seres humanos e ao meio-ambiente.
O que exigimos é apenas respeito à vida.
DIRETORIA EXECUTIVA – SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA
*Clique aqui para ler parecer técnico geofísico que desvincula causa natural ao rompimento da barragem em Brumadinho.