AMIANTO
SAMA concede licença a funcionários
A Mineradora SAMA, pertencente ao Grupo Eternit, concedeu licença não remunerada a seus funcionários pelo período de 15 dias. A decisão foi aprovada por maioria em Assembleia Geral convocada pelo sindicato dos trabalhadores de Minaçu (GO) na última sexta-feira, 8 de março.
As atividades de produção e exportação da mina de amianto crisotila de Cana Brava estão paralisadas desde o último dia 11 de fevereiro, por determinação judicial. A SAMA aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao efeito suspensivo do recurso interposto e prazo para modulação, a partir de uma análise justa e responsável dos argumentos contidos nos embargos de declaração apresentados pelas entidades representativas do setor.
Caso o STF não conceda efeito suspensivo, a SAMA solicita ao menos dez anos para o correto fechamento da mina e busca de alternativa economicamente viável para a cidade, que hoje tem forte dependência da mineração. “A indefinição sobre o futuro da mina preocupa toda a população de Minaçu, que depende economicamente dessa atividade. Os funcionários da mina ficaram 15 dias em férias coletivas, até o dia 6, e agora teve que ser tomada essa nova decisão pela suspensão dos contratos de trabalho por mais 15 dias. Foi a melhor forma que encontramos com a empresa para evitar o pior”, diz Adelman Araújo Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Minaçu.
Se o STF conceder a licença, os trabalhadores serão convocados para retomar as atividades. O presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa, afirma que caso persista a indefinição sobre o caso, existe um grande risco de descontinuidade das operações da mina de forma irreversível, pelo descumprimento dos contratos firmados com os clientes do mercado internacional. “Assim como a empresa, os trabalhadores e a população, os clientes também estão em compasso de espera. Não podemos manter essa situação de paralisação por muito mais tempo, pois é inviável financeira e comercialmente. Já não estamos cumprindo contratos assinados”, afirma Barbosa.
Desde o início deste ano, toda a produção da mina – de 120 mil toneladas anuais de amianto crisotila – foi direcionada à exportação e atende clientes em dezenas de países, tais como Estados Unidos, Alemanha, Índia, Indonésia, Malásia, onde o produto é permitido para construção civil e aplicações industriais.
Fonte: Brasil Mineral