Vendas trimestrais de mineradoras de diamantes despencam
Por Bloomberg/www.moneytimes.com.br
A pandemia devastou o mundo dos diamantes. Com joalherias fechadas, cortadores e polidores em casa e viagens globais paralisadas, o setor de diamantes praticamente congelou (Imagem: Andrey Rudakov/Bloomberg)
A pandemia de coronavírus congelou o mercado de diamantes de forma tão drástica que as duas maiores produtoras quase não venderam gemas nos últimos três meses: suas vendas combinadas caíram 94% em relação ao ano anterior.
Na quinta-feira, a De Beers e a rival russa Alrosa divulgaram números de vendas do segundo trimestre, que totalizaram US$ 130 milhões em diamantes brutos entre as duas empresas. No mesmo período do ano passado, as duas venderam US$ 2,1 bilhões.
A pandemia devastou o mundo dos diamantes. Com joalherias fechadas, cortadores e polidores em casa e viagens globais paralisadas, o setor de diamantes praticamente congelou.
Isso aumentou a pressão sobre as maiores mineradoras que, para proteger o mercado, se recusaram a reduzir preços.
De Beers e Alrosa fizeram grandes concessões em suas regras de vendas ao permitir que clientes cancelassem contratos e visualizassem diamantes em locais alternativos.
Também reduziram a produção na tentativa de controlar os níveis de estoque, mas isso não impediu que os diamantes se acumulassem, aumentando a preocupação do setor sobre quando os volumes vão diminuir.
Ainda assim, a De Beers, controlada pela Anglo American, mantém seu plano de produzir entre 25 milhões e 27 milhões de quilates neste ano, embora a meta esteja “sujeita à revisão contínua com base nas interrupções relacionadas à Covid-19, bem como o momento e a escala da recuperação da demanda”.
A Alrosa disse na quinta-feira que seus estoques atuais de diamantes totalizam 26,3 milhões de quilates, quase o equivalente à meta de produção para todo o ano, entre 28 milhões e 31 milhões de quilates.
As perspectivas para o segundo semestre permanecem incertas, “devido à situação da Covid-19 nos EUA (50% da demanda) e na Índia, onde o principal centro de processamento de diamantes Surat fechou novamente para conter o vírus”, disse o Morgan Stanley em relatório na quinta-feira.
A Alrosa “havia sinalizado recuperação no terceiro trimestre, mas achamos que isso pode ser adiado”.