AVANÇO DA MINERAÇÃO EM NOVAS ÁREAS DEPENDE DE MAIS INVESTIMENTO EM CONHECIMENTO GEOLÓGICO

AVANÇO DA MINERAÇÃO EM NOVAS ÁREAS DEPENDE DE MAIS INVESTIMENTO EM CONHECIMENTO GEOLÓGICO

Para o diretor de Geologia e Recursos Minerais, Marcio Remédio, novas fronteiras exploratórias podem estar disponíveis em áreas com restrição para atividade mineral, mas também nos distritos minerais conhecidos e ainda pouco estudados
O “avanço da mineração em novas áreas e fronteiras” foi tema de debate em mais uma palestra do ciclo de encontros que o Clube de Engenharia vem promovendo sobre o impacto do setor mineral brasileiro na economia do país. O Serviço Geológico do Brasil faz parte da programação e foi representado nesta quarta-feira, dia 04/11, pelo diretor de Geologia e Recursos Minerais, Marcio José Remédio.
Ao apresentar as vinte principais províncias geoeconômicas e distritos minerais do país, o diretor destacou que as mesmas apresentam “novas fronteiras” a serem descobertas seja pelo avanço do conhecimento geológico ou pelas commodities que passam a ser mais atrativas, de acordo com a demanda.
“No Brasil ainda temos diversas áreas inexploradas por se desenvolverem. Em mais de 60% da Amazônia o conhecimento geológico ainda está em escala de reconhecimento, como na calha Norte e no Alto Xingu. Também possuímos alto potencial para novas descobertas nas províncias e distritos minerais já conhecidos, com oportunidades exploratórias promissoras em metais críticos e estratégicos, por exemplo. A atuação do SGB priorizou áreas do cristalino brasileiro, enquanto as bacias sedimentares, que eram exclusividade da Petrobras, ficaram descobertas, o que gerou um déficit que pode explicar a deficiência do país em alguns agrominerais, como o potássio”, resumiu.
Um exemplo citado por ele é a província mineral do Carajás, maior do país, que apresenta acúmulo de ocorrências de depósitos identificados na faixa leste, contrastando com pouco potencial descoberto na faixa oeste. “Essa falta de conhecimento geológico nesta região permite que possamos inferir que exista uma nova fronteira mineral dentro da maior província mineral do país”, afirmou. O mapa de favorabilidade elaborado pelo SGB da região norte da província do Carajás para cobre e ouro também demonstra regiões sem ocorrências identificadas, constituindo-se, portanto, em áreas favoráveis ao descobrimento de novos depósitos. O mesmo ocorre no Quadrilátero Ferrífero, a província mineral mais estudada do país, também possui alto acúmulo de ocorrências na região central e carência de estudo e informações na região oeste.
Além da necessidade de mapeamento mais detalhado, o foco em novas commodities também foi elencado pelo diretor Marcio Remédio, citando algumas regiões minerais do país que eram consagradas para mineração de ouro e hoje se destacam para prospecção de cobre, por exemplo. É o caso do Sul do Cráton Amazônico, região com a maior atratividade para investimento em pesquisa mineral do Brasil hoje, com destaque para os distritos do Tapajós, Alta Floresta, Juma e Nova Brasilândia, além de Aripuanã e o Norte do Cráton São Francisco. Citou ainda o Escudo das Guianas (Amapá, Pará e Roraima), outra região com baixo conhecimento geológico e alto potencial para metais base e minerais estratégicos como Elementos Terras Raras.
ÁREAS RESTRITIVAS – Sobre o ordenamento territorial, direitos minerários e áreas de restrição, o diretor Marcio reforçou que as novas fronteiras da mineração dependem do conhecimento geológico. “O conhecimento traz a oportunidade. A restrição à pesquisa nas áreas como a Amazônia Legal é o maior impedimento para o desenvolvimento. É um direito ter o conhecimento sobre os nossos recursos”, afirmou.
Ele explicou que áreas com restrição à atividade mineral incluem áreas de fronteira (1,4 milhões de km2 – 16% do território nacional), terras indígenas (723 no país, 14% do território, 117 milhões de hectares), áreas de proteção ambiental (1870 unidades, 115 milhões hectares, 18% do território nacional) e a Reserva Mineral de Cobre e seus Associados (Renca).
Remédio ainda citou a atuação de cerca de 20 anos do SGB na Amazônia Azul, outra nova fronteira de exploração. Projetos que disponibilizam dados geológicos e geofísicos que subsidiam os pleitos do Brasil para Autoridade Internacional, visando incorporar novos territórios à plataforma continental jurídica.
Por fim, destacou que o SGB é o repositório institucional das informações geocientíficas do país e que, em alinhamento com o Plano Mineração e Desenvolvimento do Governo Federal, lançado em setembro, o banco de dados do SGB será integrado com os dados do setor privado, hoje disponível apenas para a Agência Nacional de Mineração (ANM), visando potencializar novas descobertas e o conhecimento geológico do país.
Entre os presentes, estavam o diretor de Infraestrutura Geocientífica, Paulo Romano, a chefe da assessoria internacional, Maria Glícia da Nóbrega, o economista mineral do Serviço Geológico, Gilberto Calaes, além de outras personalidades importantes do setor mineral brasileiro como o diretor executivo da Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro, Roberto Perez Xavier. Durante sua breve apresentação, Márcio José ressaltou a importante participação do Serviço Geológico no avanço de pesquisas em mineração em novas áreas e fronteiras pelo território nacional.
Diretor Marcio Remédio apresentou as descobertas relevantes da última década no país


A transmissão foi feita diretamente pelo canal oficial do Clube de Engenharia, no Youtube. Para assistir a live na íntegra, clique aqui. https://bit.ly/38iFaH7
Fonte: CPRM/ADIMB

vila-rica-parceiro
vila-rica-parceiro
previous arrow
next arrow

COMPARTILHE

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn