AMAZÔNIA – Garimpo investe, em média, R$ 3 milhões para operar

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Garimpo investe, em média, R$ 3 milhões para operar

Cálculo foi feito em estudo do Instituto Escolhas ‘Abrindo o livro caixa do garimpo’,

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O Instituto Escolhas acaba de lançar o estudo ‘Abrindo o livro caixa do garimpo’, que mostra que o custo para iniciar uma operação de garimpo de balsa na Amazônia ultrapassa R$ 3 milhões. Nos garimpos de baixão, o investimento inicial gira em torno de R$ 1,3 milhão, o que prova o quanto a atividade garimpeira atual está muito distante da sua origem artesanal.

A pesquisa levantou números referentes ao garimpo de balsa, que acontece nos rios, e o garimpo de baixão, que acontece em terra, em áreas próximas ao leito dos rios. Para atingir os valores médios de uma operação típica de balsa, o estudo considerou uma balsa grande, com 18 garimpeiros e duas cozinheiras. Nas operações de baixão, o estudo incluiu no cálculo o operador da retroescavadeira e as horas das máquinas (retroescavadeira e bombas hidráulicas para derrubar os barrancos e bombear os sedimentos).

O estudo mostrou que um garimpo de balsa fatura R$ 1,16 milhão por mês, valor que após os pagamentos rende R$ 632 mil, enquanto no garimpo de baixão, o faturamento mensal médio é de R$ 930 mil, enquanto o lucro fica em torno dos R$ 343 mil mensais. Os gastos contabilizados pelos pesquisadores do estudo incluem a alimentação da equipe, despesas com combustível, internet e mercúrio, remuneração dos garimpeiros e das cozinheiras e, por fim, depreciação dos equipamentos. “Os garimpos são empreendimentos com alto investimento e uma renda considerável, mas beneficiados por uma legislação que faz poucas exigências para autorizar as operações e que não atrela ao garimpo a responsabilidade de recuperar as áreas devastadas e contaminadas pelo mercúrio. Aí reside o interesse em seguir mantendo a aura artesanal do garimpo, que já não é realidade há muito tempo”, alerta Larissa Rodrigues, gerente de portfólio do Escolhas.

Outro destaque do estudo é a transformação provocada pelo uso de retroescavadeiras, nos garimpos de baixão de 2012 até os dias de hoje. “Antes, eram necessários 30 dias de trabalho para derrubar a floresta e abrir uma área de garimpo. Hoje, as retroescavadeiras fazem isso em uma semana”, afirma Larissa.

De acordo com a pesquisa, a atividade atesta a capacidade financeira dos donos de garimpo de arcar com exigências legais que inúmeras vezes não são cumpridas, como a recuperação ambiental das áreas. Por esse motivo, o trabalho enumera medidas urgentes que precisam ser adotadas para conter o avanço da atividade na Amazônia, como a criação de um teto para a produção mineral em garimpos e, a partir dele, estabelecer a migração obrigatória para o regime de concessão de lavra; exigência que garimpos apresentem trabalhos de pesquisa mineral, com planos de aproveitamento econômico, para estimar os volumes de minério disponíveis na área e a extração ao longo do tempo; limitar o número de permissões de garimpo a apenas uma por pessoa ou cooperativa, além de exigir prova de capacidade financeira dos titulares de permissões de garimpos, para garantir que possam cumprir com as responsabilidades ambientais e sociais.

Fonte: Brasil Mineral

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