Triton Energia resgata usina hidrelétrica abandonada
Usina que estava abandonada vai gerar energia limpa, barata e renovável em Corumbá de Goiás, região histórica e econômica de Goiás.
Por Sônia Ferreira
O grupo Triton Energia, formado por capital goiano e canadense, tem como presidente o geólogo goiano Sevan Naves.
Depois de ficar mais de meio século sem funcionar, a histórica hidrelétrica CGH Izidoro, localizada no município de Corumbá, em Goiás, recomeça. Nesta semana passou a gerar energia em caráter experimental. Ainda em fase de testes, vai entrar em operação comercial nos próximos 30 dias, gerando 1,2 megawatts (MW). É energia suficiente para abastecer uma cidade de 20 mil habitantes.
O grupo Triton Energia, formado por capital goiano e canadense, tem como presidente o geólogo goiano Sevan Naves. Investiu R$ 8 milhões nos últimos dois anos para colocar a Izidoro para funcionar novamente. Com novos projetos de engenharia e contando com a tecnologia de ponta, lastreados em métodos e aparelhagem de geofísica, quadruplicou a capacidade de geração de energia da renovada usina.
No projeto de restauração da usina Izidoro, prevaleceu apenas a antiga arquitetura e estrutura, no conceito de engenharia da época dos anos 50. “Implantamos modernidade e tecnologia. Um projeto desafiante que exigiu muitos estudos e esforços. Foi uma peripécia hercúlea e maluca, não recomendada nos livros acadêmicos. A minha família quase me internou”, brincou Sevan Naves ao EMPREENDER EM GOIÁS.
História
A Triton Energia é pioneira na retomada da geração hidrelétrica por pequenas usinas. Seu objetivo, além de garantir o fornecimento de mais energia a Goiás, também é resgatar a história da pequena hidrelétrica abandonada há 50 anos. “Acho que este fato é digno de registro no Instituto Histórico e Geográfico de Goiás”, aponta o empresário.
A primeira notícia que se tem da CGH Izidoro é de 1924, quando Corumbá era uma das cidades mais importantes de Goiás. Em 1950, foi reformulada para garantir energia elétrica para os municípios de Pirenópolis, Abadiânia, Anápolis e Corumbá.
Contudo, em 1974, a usina foi desativada, com a entrada em operação da usina de Cachoeira Dourada, que modificou a tensão das linhas e a inviabilizou. “Aí, a ‘usina velha’ passou a ser apenas um local pitoresco”, lamenta Sevan.
Mas, em 2017, com a nova legislação brasileira do setor energético e no vácuo dos incentivos a energia solar, a Triton começou a desenvolver projetos para a retomada de operação da CGH Izidoro. Primeiro, adquiriu o local da usina com os escombros da Centrais Elétricas de Goiás (Celg).
Também foi fundamental para o desenvolvimento do novo projeto a liberação das licenças ambientais, de forma ágil, pelo governo de Goiás. Além do acordo com a Equatorial para o uso das linhas de transmissão da energia.
A usina hidrelétrica CGH Izidoro, localizada no município de Corumbá (Goiás), estava abandonada há 50 anos
Expansão
Além da CGH Izidoro, a Triton Energia tem projetos de construção de mais quatro nos próximos três anos, demandando investimentos da ordem de R$ 350 milhões. Atualmente, montou hidrelétricas que geram 76,2 MW de energia que garantem o fornecimento para 400 mil habitantes via as quatro usinas, no Oeste Goiano.
São elas: Mosquitão (30 MW), no Rio Caiapó, entre os municípios de Iporá e Arenópolis; Tamburil (29 MW), no Rio Bonito, em Palestina/Arenópolis; Rênic (16 MW), no Rio Bonito, Arenópolis/Palestina e agora 1,2 MW no Rio Corumbá, no município de Corumbá de Goiás.
Estão em projetos de construção as usinas PCH Jacaré (26 MW), também no Rio Caiapó, a CGH Piçarrão (1,5 MW) no Ribeiro Piçarrão, em Alto Paraíso, a PCH Cocal (7 MW) no Rio Arraial Velho, em Água Fria/Planaltina e a PCH Araras (6 MW), no Rio das Almas, no município de Cavalcante.
Fonte: www.empreenderemgoias.com.br