MINÉRIO DE FERRO – Anglo American deve ampliar Minas-Rio e se desfazer dos ativos de níquel

Anglo

MINÉRIO DE FERRO

Anglo American deve ampliar Minas-Rio e se desfazer dos ativos de níquel

De acordo com a presidente da Anglo American Brasil, Ana Sanches, existe a possibilidade integrar os recursos da Serra da Serpentina ao Minas-Rio, o que pode levar a duplicação da capacidade de produção.

vila-rica-parceiro
vila-rica-parceiro
previous arrow
next arrow

A Anglo American aguarda apenas que o CADE autorize o acordo assinado com a Vale, em fevereiro deste ano, para dar início aos estudos de viabilidade visando o aproveitamento dos recursos de minério de ferro da Serra da Serpentina, na região de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais. De acordo com a presidente da Anglo American Brasil, Ana Sanches, os estudos irão analisar a melhor possibilidade de incorporar esses recursos, através de um plano de mina único e integrado, que vai garantir a longevidade do empreendimento Minas-Rio, o que pode eventualmente incluir a duplicação da capacidade de produção. “Temos a possibilidade de acesso a minério friável de alto de alto teor, por muitos e muitos anos, prolongando a nossa produção de minério de ferro, que é um minério tão querido no mercado asiático. Temos uma procura muito grande, porque é um produto tão puro, dos melhores produtos que vemos no mundo, por sua natureza e característica. Então podemos, fechando esse acordo, seguir com a capacidade de produção atual, que é de 26,5 milhões t/ano, por muitos anos mais, ou até também dobrar a produção do Minas Rio, o que é um dos itens que vão fazer parte do escopo dos estudos de viabilidade”, diz a executiva.

No caso de os estudos apontarem a viabilidade de duplicação da capacidade, ela disse que a empresa avaliará opções logísticas para escoamento do minério, informando que há um leque de opções. “No mundo dos negócios, gostamos muito de opcionalidade, porque conseguimos ver o que é melhor para as comunidades, para o estado de Minas Gerais, o que é melhor para as duas empresas e o que é melhor para o setor. Uma parceria como essa (Anglo American e Vale) é muito positiva para o setor de mineração, porque o que mais queremos é não só conhecer a abundância da riqueza do subsolo brasileiro. Queremos cada vez mais conhecer o que está no subsolo, mas queremos fazer esses projetos saírem do papel para gerar emprego, para gerar renda. Esse é o papel de fomentar o desenvolvimento socioeconômico”.

Analisando o projeto Minas-Rio, que está completando 10 anos de operação, Ana Sanches disse que o empreendimento tem muita história: de aprendizado, de escuta, “de conhecer cada vez mais as comunidades que nos recebem, de atrair pessoas (e quantas pessoas!). Nessa história de 10 anos, desenvolvemos muitos talentos, que vieram trabalhar conosco e estão até hoje. Tivemos muito aprendizado no que se refere ao mercado do minério de ferro, em que temos um produto premium. O produto que produzimos tem nicho de mercado muito específico e com muita demanda para os clientes que estão na transição energética, buscando uma menor emissão de carbono. Então foi muito aprendizado, mas ao mesmo tempo, um olhar muito atento para todos os diferentes stakeholders que estão conosco e dando muita oportunidade para as pessoas. Olhando para frente, vislumbramos um futuro muito positivo. O fortalecimento de tudo que conseguimos construir até agora, uma longevidade dos nossos ativos e dessa possibilidade de continuar produzindo nosso minério premium com o acordo que estamos para fechar com a Vale, que nos dá muitos anos mais de acesso a minério friável, de alto teor, que é o que permite produzir o minério de alta qualidade. E uma vontade renovada, cada vez maior, de fazer a diferença nos setores de mineração. Que consigamos cada vez mais contar nossa história e atrair as pessoas que têm o talento e a vontade de fazer parte da transformação”.

Venda dos ativos de níquel

Em entrevista concedida no primeiro dia da Exposibram 2024, que vai até 12 de setembro, no Minascentro, em Belo Horizonte, Ana Sanches confirmou que a empresa iniciou o processo de venda dos ativos de produção de níquel em Goiás (Codemin e Barro Alto), que atualmente têm capacidade de produção de 38 mil t/ano de ferro-níquel. Ela esclareceu que o processo tem várias etapas, que começa com a preparação de toda a documentação para abordar os possíveis interessados. “Vamos levar ainda alguns meses com esse processo. Enquanto isso, o nosso foco total é dar as informações de forma ativa para os funcionários, dar segurança para as pessoas de que estamos fazendo o nosso melhor, e que não vamos vender para qualquer empresa. A intenção é vender para uma empresa que tenha toda a possibilidade de dar continuidade aos nossos valores, ao jeito Anglo American de operar. Mas ainda vão realmente levar alguns meses”, ressaltou a dirigente, informando que os outros ativos de níquel que a empresa possui, áreas de exploração como Morro sem Boné e Jacaré, nos estados do Pará e Mato Grosso, também deverão ser transferidos para interessados.

Ela esclareceu que, enquanto durar o processo de venda, as operações em Goiás continuarão operando, afastando a ideia de que as instalações poderiam ser colocadas em Cuidados e Manutenção. “É um negócio que opera muito bem, são ativos que têm um vínculo muito forte com a comunidade, com as pessoas, que têm uma estabilidade operacional invejável e estão indo muito bem. Então, conseguimos uma aprovação do grupo Anglo-American de não ter a necessidade de paralisação e seguir operando. Essa foi a decisão tomada no momento e até que o processo de venda vá avançando”, afirmou.

Falando sobre a questão dos preços do níquel, um dos fatores que levaram a Anglo American a pensar na paralisação das operações, ela disse que a empresa ganha na resiliência, “por fazer o dever de casa e ter as operações bem enxutas e os nossos processos redondos. A gente ganha um pouco mais de fôlego, porque o que mais sabemos é que a mineração, como outras áreas de commodities, é cíclica. Por isso temos que cada vez mais buscar a nossa excelência operacional, uma gestão muito boa da nossa forma de operar, da forma como tratamos as pessoas, os nossos ativos humanos, porque nas horas do downsize, na hora que o ciclo vem e aperta, é que mais se precisa realmente mostrar a sua resiliência, a sua força. E seguimos nesse nível”, finalizou a executiva, que também é presidente do Conselho Diretor do Ibram.

Fonte: Brasil Mineral

COMPARTILHE

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn