Arqueóloga descobre novos geoglifos no Acre
A descoberta de dois novos geoglifos (figuras desenhadas no chão) no estado do Acre reforçam a ideia de que a Amazônia era habitada por uma numerosa população há 2,5 mil anos, bem antes da chegada dos colonizadores europeus no Brasil.
“A Amazônia vinha sendo estudada como se tivesse um passado inóspito, como uma região pouco povoada. Essas estruturas arqueológicas que estamos analisando demonstram o contrário”, comenta a arqueóloga Ivandra Rampanelli, da Universidade Federal do Acre, em entrevista para a agência espanhola de notícias EFE. Ela é responsável pela recente descoberta de geoglifos.
Para a pesquisadora, os achados indicam que “pode ter sido uma população densa, organizada e hierarquizada e isto reescreve a história da Amazônia, pois está mudando o que antes era visto como um território vazio”.
Nos últimos anos, arqueólogos brasileiros descobriram um total de 523 geoglifos no estado do Acre – que, curiosamente, faz fronteira com o Peru, onde se localizam as famosas figuras de Nazca, que também são geoglifos.
Segundo Ivandra Rampanelli, os novos “desenhos na terra” foram descobertos numa área de planície e estariam associados a rituais realizados pelos povos indígenas que habitavam a região antes da chegada dos europeus. Como mostra a agência EFE, as duas estruturas estão localizadas numa região de mata da reserva Chico Mendes. Uma delas é composta por um círculo com 90 m de diâmetro.
Por estarem “escondidos” no meio da vegetação, esses geoglifos acabaram ficando mais bem preservados “do que os que foram achados em áreas de fazendas, que, hoje, viraram pasto para o gado”.
Fonte: Revista Encontro