CBA VAI INVESTIR R$ 300 MILHÕES EM PROCESSAMENTO A SECO DE RESÍDUOS

CBA VAI INVESTIR R$ 300 MILHÕES EM PROCESSAMENTO A SECO DE RESÍDUOS

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do grupo Votorantim, vai investir R$ 300 milhões em um projeto de processamento a seco do resíduo da produção da alumina na usina em Alumínio, no interior de São Paulo. O projeto prevê a compra de três filtros-prensa que retira até 75% dá água que é utilizada no beneficiamento da bauxita para produzir a alumina.

O resíduo formado será usado na produção de cimento e na produção de calcário fertilizante. Hoje, no processo atual, a CBA consegue retirar somente 45% da água e a lama que é gerada é armazenada na barragem de Palmital que fica na usina. O projeto tem início neste ano e a expectativa é que em 2020 já esteja em operação.

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Roberto Seno, gerente de tecnologia da CBA, explicou que o projeto está em fase de licenciamento. A empresa já tem licença prévia e com ela em mãos, em 2015, a CBA deu início ao projeto piloto em que comprou o primeiro filtro-prensa que tem 10 metros de cumprimento e capacidade de filtragem de 160 toneladas por dia, o que corresponde a 10% da produção diária de resíduo na usina.

Quando começamos os testes, vimos que poderíamos utilizar todo o resíduo gerado na produção. Com essa filtragem a água gerada no processo ainda tem muito mineral, por um processo químico, retiramos o calcário, que é o que dá a cor avermelhada ao líquido, e reutilizamos a água que sobra no processo de produção de alumina. Ela tem uma quantidade considerável de bauxita, por exemplo. Com isso, vimos que poderemos utilizar bem menos o minério para a produção de alumina”, afirmou o executivo.

O “torrão” de terra que é gerado com a filtragem, segundo o executivo, pelos testes realizados pela companhia, pode virar pozolana, que é um insumo para a produção de cimento. “Quando o projeto estiver em operação, 40% do resíduo seco gerado será transformado em pozolana que será destinada à

Votorantim Cimentos que tem uma unidade de produção próxima à nossa usina. A pozolana pode substituir em até 20% o clínquer (escória e calcário), um dos insumos do cimento”, afirmou o executivo.

Enquanto o projeto não entra em operação plena, Seno contou que o resíduo seco que foi gerado na fase de testes está armazenado na usina e posteriormente será enviado à Votorantim Cimentos para a transformação em pozolana. “Foi um desenvolvimento conjunto das duas subsidiárias e, assim como para a CBA, o ganho ambiental será significativo, pois, na produção de clínquer a emissão de CO2 é bem alta.”

Seno ressaltou que os três filtros-prensa, de 25 metros de cumprimento e capacidade de filtragem de 50 toneladas por hora, serão instalados dentro da usina. O outro equipamento que foi utilizado no projeto piloto será usado para filtrar os resíduos da barragem que tem dois milhões de metros cúbicos de resíduo. “Já conseguimos retirar 56% da água dessa barragem que volta para a operação. A meta é até 2020 conseguirmos secar a barragem. Esse projeto faz parte do plano de descomissionamento da barragem que está previsto para ser concluído em 2040.”

O resíduo sólido que surgirá da filtragem da barragem, Seno contou que, pelos testes realizados pela CBA, tem grande quantidade de calcário com propriedades para ser usado como fertilizante. “Estamos em processo de conseguir a licença junto ao Ministério da Agricultura para comercializar esse fertilizante. É um produto que, pela qualidade, temos que posicioná-lo bem dentro do mercado.”

Seno ressaltou que essas iniciativas fazem parte de um plano da CBA em agregar valor aos resíduos gerados na produção e com isso estruturar uma nova área de negócios dentro da empresa.

Fonte: Valor/ADIMB

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