COM OFERTA EM RISCO, COBRE CHEGA AO MAIOR PREÇO DESDE 2018
O cobre atingiu a maior cotação em mais de dois anos na sessão de abertura desta semana. O aumento dos riscos relativos à oferta vinda da América do Sul se uniu ao sentimento positivo do mercado chinês, embalando os ganhos do metal enquanto os investidores acompanham a evolução da pandemia do novo coronavírus. O avanço de preços foi observado para outros metais e para o minério de ferro. O cobre vem de uma sequência de oito semanas de alta em Londres. Trabalhadores em uma mina da Antofagasta no Chile rejeitaram uma proposta salarial final, elevando a chance de greve e as preocupações com o abastecimento, com trabalhadores da mineração infectados pela Covid-19 no maior país produtor de cobre. Nos últimos dois meses, o metal que costuma funcionar como indicador da atividade econômica se beneficiou de uma conjunção de fatores, com a oferta em risco enquanto as medidas de isolamento social são flexibilizadas ao redor do mundo. O impulso mais recente vem do otimismo nos mercados financeiros da China, onde os ganhos das ações locais superam a alta de todos os mercados ao redor do mundo. Preços mais altos vão beneficiar mineradoras como a Freeport-McMoRan, a maior empresa de cobre com papéis listados em bolsa. A notícia sobre a mina do Chile foi “o gatilho da disparada do cobre hoje”, disse Jia Zheng, analista da Goldtrust Futures em Xangai. “A força subjacente é a ampla liquidez na China. As expectativas e a confiança do mercado estão elevadas. O cobre é o que mais se beneficia entre os metais de base, pois está mais ligado à macroeconomia”. Os investidores poderão avaliar a saúde da economia chinesa quando Pequim divulgar os dados do PIB do segundo trimestre, na próxima quinta-feira (16). A flexibilização das medidas de isolamento e uma quantia modesta de estímulo econômico provavelmente foram suficientes para gerar crescimento após a contração de 6,8% no primeiro trimestre. Um indicador técnico em breve poderá fortalecer especulações de que o cobre ainda tem fôlego para subir. A média móvel de 50 dias na London Metal Exchange está prestes a superar a média móvel de 200 dias, formando um padrão conhecido como cruz dourada, que sinaliza ganhos adicionais. A tonelada de cobre chegou a subir 3,5% para US$ 6.633 na LME, o maior nível desde julho de 2018, e era negociada a US$ 6.572 às 8:23 da manhã no horário local. Na Bolsa de Futuros de Xangai, o contrato mais ativo avançou 6%. No início deste mês, o BMO Capital Markets alertou que, considerando o maior risco de interrupções na produção chilena, “subitamente um deficit no mercado de cobre em 2020 não está além dos limites da possibilidade”. O cenário para o metal era de equilíbrio entre oferta e demanda este ano, mas o risco de deficit vem aumentando, afirmou a instituição.
Fonte: Notícias de Mineração Brasil/ADIMB