Disputar com China ‘não é bom para ninguém’, diz presidente da Vale sobre Bolsonaro

Disputar com China ‘não é bom para ninguém’, diz presidente da Vale sobre Bolsonaro

RIO – O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou nesta terça-feira esperar que o próximo presidente do país entenda a importância da relação comercial entre Brasil e China e evite disputas com o principal cliente de produtos brasileiros, como minério de ferro e soja. A afirmação foi feita após ele ter sido questionado por jornalistas sobre declarações do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, desfavoráveis a investimentos chineses no país.

– Eu tenho a expectativa, na medida em que o tempo passe e ele se aprofunde no tema, que isso ganhe relevância e a questão se encaminhe melhor – disse o executivo, após participar do evento FT Commodities. – Disputas não trazem benefício. Se não é bom para ninguém, não é bom para a Vale.

China, maior importadora global de minério de ferro, é a principal cliente da Vale, líder na produção mundial da commodity.

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Com relação à Vale, o executivo disse não estar preocupado com qualquer atitude que Bolsonaro possa tomar, se for eleito, considerando a mútua dependência da Vale e China. Ao comentar sobre possíveis investimentos da China em geração de energia elétrica no Brasil, o líder nas pesquisas de intenção de voto disse recentemente temer o avanço dos chineses.

O executivo destacou ainda que a Vale “tomou o cuidado” de não conversar com candidatos à Presidência.

– Quando for definido quem é o presidente eleito… nós iremos claramente conversar bastante com eles. Vamos nos colocar à disposição, o conhecimento e informação que a gente tem dessa relação que a gente tem Brasil-China, que é muito importante – afirmou.

Schvartsman disse ainda que o setor de mineração precisa mostrar para a sociedade a criação de valor que representa.

Samarco pode retomar produção em 2020, diz Schvartsman

A mineradora Samarco poderá retomar a sua produção no início de 2020, com um terço da capacidade, disse o presidente da Vale, dona de metade da joint venture com a australiana BHP Billiton.
A Samarco interrompeu operações no fim de 2015, após uma de suas barragens ter entrado em colapso, matando 19 pessoas. O desastre deixou centenas de desabrigados e polui o rio Doce, até o mar do Espírito Santo.

Fabio Schvartsman disse que “todos os indícios são que não existirão problemas e que, no início de 2020, todas questões serão superadas e será possível retomar operações”.

No momento, a Samarco trabalha na preparação de um novo sistema disposição de rejeitos de mineração de ferro, a Cava Alegria Sul, para poder retomar as operações no futuro.A cava é a estrutura resultante do processo de lavra. Por possuir uma formação rochosa e estável, permite a contenção segura do rejeito nela depositado, segundo a Samarco. As obras na estrutura devem durar dez meses. Em agosto, um representante da BHP disse ver pouca probabilidade de a mineradora retomar as operações no próximo ano, embora espere obter todas licenças exigidas.

Fonte: O GLOBO

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