EUA e Europa querem trazer rochas de Marte para investigar histA?rico de vida

EUA e Europa querem trazer rochas de Marte para investigar histA?rico de vida
April 28, 2018
BBC

AgA?ncias espaciais dos Estados Unidos e de paAi??ses europeus estA?o se juntando para realizar, no futuro, uma missA?o que poderA? trazer para a Terra amostras de pedras e do solo de Marte.
A Nasa (agA?ncia espacial americana) e a ESA (agA?ncia espacial europeia) assinaram uma carta de intenAi??Ai??es que pode levar Ai?? primeira viagem de ida e volta ao planeta vermelho.
O plano foi anunciado em uma reuniA?o na capital da Alemanha, Berlim, onde foram debatidos objetivos e a viabilidade da missA?o – chamada de Mars Sample Return (MSR, ou “Retorno de Amostras de Marte”, em traduAi??A?o livre).
A empreitada espacial poderA? colocar os cientistas mais perto de respostas-chave sobre o passado de Marte.
Entre as respostas mais visadas estA? a questA?o sobre se, um dia, o planeta vermelho jA? abrigou vida.
Cientistas comemoram, na reuniA?o, os avanAi??os jA? obtidos com a anA?lise de meteoritos marcianos e o envio de veAi??culos para o planeta vizinho, mas clamaram por um novo passo em que amostras de Marte poderiam ser trazidas para a Terra.
Isso poderia ser feito com a coleta do material no solo marciano, posterior armazenamento em cA?psulas, que finalmente aterrissariam de forma segura na Terra.

As amostras, entA?o, poderiam passar por uma anA?lise detalhada em laboratA?rios na Terra – usando instrumentos que sA?o grandes demais ou consumiriam muito combustAi??vel para serem enviados para 55 milhAi??es de quilA?metros de distA?ncia.

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“Queremos formar uma parceria com a ESA, mas tambAi??m com outros parceiros”, disse Thomas Zurbuchen, cientista associado Ai?? Nasa. “A todo momento, estaremos vendo o que estA? disponAi??vel no mercado comercial. A Nasa nA?o tem interesse em desenvolver coisas que podem ser compradas”.

Dave Parker, diretor de exploraAi??A?o humana e robA?tica da ESA, comentou: “Ai?? muito importante que cada missA?o enviada a Marte descubra algo minimamente incomum. Isso estA? na base do que tendemos a fazer nas prA?ximas missAi??es”.

Uma missA?o da Nasa em 2020 deve abrir caminho para a missA?o Mars Sample Return, que pretende coletar as amostras a serem estudadas na Terra. Em 2020, robA?s farA?o, como teste, perfuraAi??Ai??es na superfAi??cie do planeta vermelho e armazenarA?o o material.

Um plano mais completo para trazer amostras do planeta vizinho precisaria de anos para ser desenvolvido.

Projetos anteriores consideraram o envio de robA?s para a coleta do material. Este seria entA?o transportado por um veAi??culo que sairia da superfAi??cie marciana que, ao chegar Ai?? superfAi??cie da Terra, soltaria as amostras por meio de paraquedas.

Caroline Smith, cientista do Museu de HistA?ria Natural de Londres, participou do encontro.

“Eu diria que Ai?? uma renovaAi??A?o do processo”, disse Smith Ai?? BBC News. “VA?rios estudos jA? apontaram que a A?nica forma disso (este tipo de missA?o) ser conquistado Ai?? atravAi??s da cooperaAi??A?o internacional. EntA?o acho que essa Ai?? uma mensagem muito boa da Nasa e da ESA, que trabalharA?o juntas para materializar isso – a prA?xima fronteira na exploraAi??A?o do Sistema Solar”.

“HA? um burburinho real na sala. Eu falei com vA?rios colegas que vibraram: ‘Uau, realmente vamos fazer isso!'”.

Protegendo o planeta
Se a vida jA? existiu no planeta vermelho, provavelmente tinha uma natureza microscA?pica. Cientistas querem primeiro saber quais eram as condiAi??Ai??es ideais para a existA?ncia da vida e, caso elas tenham se configurado, se hA? evidA?ncias fossilizadas. Pesquisadores tambAi??m querem saber se hA?, hoje, vida em Marte.

“SA? seremos capazes de responder de forma conclusiva a essas perguntas trazendo as amostras para cA?”, explica Smith.

Os altos nAi??veis atuais de radiaAi??A?o cA?smica na superfAi??cie de Marte – uma consequA?ncia de sua fina atmosfera – poderiam criar um ambiente hostil para qualquer organismo. Ainda assim, hA? maneiras pelas quais a vida ainda pode se fixar. A possibilidade de que os organismos vivam hoje no subsolo de Marte significa que a missA?o estaria sujeita a rAi??gidas medidas de quarentena, uma espAi??cie de “proteAi??A?o planetA?ria”.

“Temos que ter cuidado para nA?o contaminarmos Marte com material do nosso planeta. TambAi??m queremos ter a certeza de que nA?o vamos contaminar acidentalmente as amostras que serA?o levadas Ai?? Terra”, explica a cientista. “Se hA? algo perigoso em Marte, nA?o queremos que isso entre na biosfera da Terra”.

“Temos conhecimento em lidar com materiais perigosos, sejam eles biolA?gicos ou nucleares”.

Zurbuchen acrescenta que essa missA?o de ida e volta poderA? ser crucial tambAi??m para uma eventual exploraAi??A?o de Marte por humanos – o que, segundo suas previsAi??es, comeAi??arA? a ser pensado pela Nasa nos anos 2030.

A poeira na atmosfera e no solo tambAi??m poderia ter um impacto importante. Se futuras bases para humanos no espaAi??o dependerem de cAi??lulas solares, a poeira poderia bloquear a luz do sol – interrompendo a geraAi??A?o de energia.

AtAi?? mesmo dentro dos abrigos a poeira poderia ser um problema.

“Se a poeira estA? por toda a parte, e vocA? tem pessoas vivendo e respirando em meio a ela, isso poderia ser danoso aos astronautas”, questiona Smith.

A sonda Trace Gas Orbiter (TGO), da ESA, estA? atualmente em solo marciano. Ela contribuirA? em pesquisas sobre a vida no planeta ao estudar a distribuiAi??A?o atmosfAi??rica do gA?s metano – que pode ser produzido por organismos mas tambAi??m pode ter origem em fontes nA?o biolA?gicas.

AlAi??m de rochas que podem ser relevantes para essa questA?o, rochas Ai??gneas formadas pelo magma no interior de Marte sA?o um alvo para a missA?o de coleta de amostras.

“Ao coletar rochas Ai??gneas, poderemos entender a evoluAi??A?o geoquAi??mica do planeta Marte. FicarAi??amos sabendo quando as lavas estararam em erupAi??A?o”, explica Caroline Smith.

A anA?lise, em Terra, dessas pedras, poderA? traAi??ar uma cronologia muito mais precisa do planeta vermelho. Hoje, este conhecimento tem como base valores elaborados a partir de estudos da Lua.

Em 2009, a Nasa e a ESA concordaram em colaborar na Iniciativa Conjunta de ExploraAi??A?o de Marte, que teria culminado na coleta de amostras em 2020. Mas, em 2011, a Nasa cancelou sua participaAi??A?o em meio a um aperto orAi??amentA?rio.

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