Forum de líderes discute o que impede um futuro sustentável

Forum de líderes discute o que impede um futuro sustentável

O Fórum de Líderes trouxe em 2025 o tema “o que impede um futuro sustentável?” e contou com a participação de Daniel Medeiros, Diretor de Licenciamento da Vale, o CEO Geosol/Geopar, João Luiz Nogueira Carvalho, Leandro Faria, Gerente-Geral de Sustentabilidade, Segurança e Meio Ambiente da CBA, Eduardo Leão, VP Sustainability da G Mining Ventures e Luiz Vessani, tendo a mediação de Luciano de Freitas Borges, presidente da AdHoc Consult e conselheiro da Brasil Mineral. Luciano Freitas iniciou o debate dizendo que a mineração muitas vezes subestima o conhecimento, a capacidade e a receptividade das comunidades, que muitas vezes entendem mais de mineração que a própria mineradora. “Para se comunicar, é preciso ter empatia e trabalhar com capacitação e desenvolver competências para ter um desenvolvimento socioeconômico, ambiental e cultural. Sustentável é o processo de desenvolvimento que deixará o legado de uma geração para outra. Tudo que diz respeito à sustentabilidade transcende à mineração e o setor precisa ser mais humilde para entender a responsabilidade de como atuar junto às comunidades. O CEO da Geosol/Geopar, João Luiz Nogueira Carvalho, disse ser preciso que as comunidades entendam, queiram e comecem a observar que a mineração tem que ser vista como uma atividade recíproca e com um entendimento da transformação que o território irá sofrer, além de uma cadeia integrada com a participação do governo. A relação tem que ser forte e respeitosa e que todos estão no mesmo campo. “A área geográfica para pesquisa mineral geralmente é única e está no mesmo local das comunidades. E é preciso que eles entendam que o setor vai gerar emprego, sustentabilidade e geração de renda na região. Para que isso ocorra, é fundamental fazer diferente. As comunidades precisam falar conosco, e a Geosol está sempre aberta ao diálogo”. Leandro de Faria, Gerente-Geral de Sustentabilidade, Segurança e Meio Ambiente da CBA, comentou que “a mineração é uma etapa de agregação de valor em toda a cadeia e nós atuamos em cadeia integrada desde o próximo de extração da bauxita até a produção de produtos para diversos segmentos. A CBA tem uma visão 2030 com uma estratégia robusta para atuar em toda a cadeia para ter a relação com a comunidade. Só tem sentido para nós, se todas as partes atuarem em conjunto”. Mineramos bauxita da Zona da Mata mineira de forma temporária e após as operações fazemos a recomposição da mina para entregar área em condições para produtores rurais. Com uma produtividade maior, há uma geração maior de renda para a comunidade e a mineração não começa e acaba no entorno da mina, mas ela é solução para um futuro mais sustentável. O que impede um futuro sustentável não é uma pergunta direcionada para um setor, mas para como o ser humano deve agir diante do futuro, disse Daniel Medeiros, Diretor de Licenciamento da Vale. “A mineração é parte do problema e da solução para um futuro sustentável e já avançamos muito em tecnologias que foram aplicadas em algo que já fazíamos, mas não podemos ser a mineração do passado pelos rompimentos que já aconteceram, mas ser uma mineração diferente e de olho no futuro.A respeito dos territórios, Medeiros disse que a mineradora faz parte dele e deve começar a ouvir e dialogar mais com a comunidade. “A inserção muda o jeito de se relacionar, além de aplicar novas tecnologias, modernizar, diminuir a disposição de rejeitos e reaproveitá-los. Precisamos saber essa nova forma de pertencer ao território”. O dirigente da Vale comentou ser preciso uma nova forma de fazer mineração e cumprir os compromissos de diversas cartas que empresas assinaram no setor. Como solução de um futuro sustentável, a mineração é parte da solução por um mundo rumo à descarbonização e é necessária a participação da indústria mineral, dentre eles os minerais críticos. Sobre a recuperação de áreas degradadas, temos que perceber que para realizar a atividade mineral em determinada área é necessário, pelo menos, cinco áreas preservadas ou recuperadas. “Se colocarmos outros fatores, teremos com absoluta certeza que a mineração é a única que preserva o meio ambiente. Atuamos na Floresta Nacional dos Carajás, a única área verde do sudoeste do Pará, e temos muito orgulho disso”. Logo depois, Eduardo Leão, VP Sustainability da G Mining Ventures disse que a regulação ambiental, florestal ou mineral não remete à demanda feita pela mineração na Amazônia. A regulação está sendo revista pelo governo paraense, uma vez que a madeira é um os maiores passivos da mineração no estado. A mineração tem um coeficiente de recuperação da madeira, mas que não pode ser vendida, pela regulação. “Se continuarem a dizer que a Amazônia tem que continuar a ser intocável, estamos pensando errado. Não permitir o desenvolvimento da Amazônia faz com que a comunidade não se desenvolva. Se não autorizarmos o desenvolvimento sustentável com todas as leis, o ilegal vai correr solto, pois comunidades precisam de dinheiro para se sustentar”. O terceiro ponto é a pequena mineração passar por um upgrade para chegar no nível de sustentabilidade da grande mineração, pois temos falta de especialização nessas empresas que pecam por trabalho infantil, análogo à escravidão, etc. “O governo tem que estar presente e ter um polo mineral para fazer estudos ambientais em parcerias com empresas regionais”. Luiz Vessani (MINDE/EDM) disse que o tema de sustentabilidade nunca encaixou. “Vejo que a conta não fecha e não sei como a mineração pode ser sustentável. A função social da mineração é produzir o que a sociedade demanda. “A sociedade não sabe olhar a mineração e não entende o setor e essa dificuldade nos onera de todas as formas, com taxas, legislação ambiental, pois não há critério técnico para avaliar compensação ambiental”. A sustentabilidade só tem consistência quando vemos todas as questões econômicas e não apenas a mineração. Atualmente, o Governo não liga para a ANM, então, como vou falar de sustentabilidade? Há a necessidade de fortalecer as instituições”, concluiu.  A 10ª edição do Mineração&XComunidades contou com o patrocínio Ouro da Geosol, Metso, Samarco, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Brazilian Nickel, Kinross e Vale; patrocínio Prata da Bemisa, Nexa e AngloGold Ashanti, patrocínio Cobre da Aclara, Aura, G Mining Ventures e PLS, apoio e coordenação técnica da Integratio, além do Sindiextra e FIEMG como entidades parceiras.

Fonte: Brasil Mineral

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