MERCADO GLOBAL DE COBRE ENFRENTA ESCASSEZ E OUTROS RISCOS

MERCADO GLOBAL DE COBRE ENFRENTA ESCASSEZ E OUTROS RISCOS

O declínio dos preços do cobre, que recuaram 9% em maio devido à escalada da disputa comercial entre os EUA e a China, sugere uma deterioração dos fundamentos desse mercado. Além disso, os problemas do lado da oferta provavelmente levarão a um mercado mais restrito

O cobre é usado nas indústrias de energia e construção e é visto pelos investidores como um indicador da saúde econômica global. Os preços de referência do cobre na Bolsa de Metais de Londres (LME), negociados a cerca de US $ 5.850 a tonelada, caíram quase 9% este mês.

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A queda deve-se em grande parte ao potencial de destruição da demanda na China, que responde por quase metade do consumo global de cobre, estimado em cerca de 24 milhões de toneladas este ano.

No entanto, interrupções no Chile, o maior produtor, problemas políticos e de energia na Zâmbia e restrições às importações de sucata na China devem pesar sobre a oferta do metal no segundo semestre de 2019.

“Os déficits serão maiores do que as pessoas esperavam há dois meses”, disse um gerente de fundos especializado em metais. “Você já pode ver isso no mercado físico.”

No Chile, a mineradora estatal Codelco pode enfrentar uma greve em sua maior mina, Chuquicamata, onde três sindicatos rejeitaram nesta semana a oferta final de um novo acordo. A Codelco é o maior produtor mundial de cobre. Ela produziu 1,678 milhão de toneladas de cobre em suas próprias minas no ano passado.

“Este ano, estamos prevendo um déficit metálico [de produto] refinado de cerca de 270.000 toneladas”, disse Kash Kamal, analista da BMO Capital Markets. “O mercado de concentrado apertado pode ser visto em taxas de tratamento que, atualmente, estão abaixo de US$ 60 por tonelada, contra US$ 95 em dezembro”, afirmou.

As mineradoras pagam taxas de tratamento e refino às fundidoras para processar seu concentrado em metal.

Também no radar está a mina chinesa Las Bambas, da MMG, no Peru, onde um bloqueio na estrada por parte da comunidade local, depois que as negociações de compensação falharam, está alimentando a preocupação com a disponibilidade de concentrado de alta qualidade.

Uma das maiores minas do Peru, a Las Bambas produz cerca de 400.000 toneladas de cobre por ano. Na Zâmbia, que produziu 860.000 toneladas de cobre no ano passado, as mudanças nos impostos de mineração deverão reduzir a produção em 100.000 toneladas este ano.

A energia na Zâmbia também é um problema. “Com a maior parte da energia da Zâmbia proveniente de usinas hidrelétricas, a seca em curso pode levar a uma iminente redução de carga que durará até os próximos seis a nove meses e potencialmente impactar a produção de cobre”, disse Max Layton, analista do Citi.

Os analistas calcularam as interrupções na produção de cobre em torno de 5% este ano, ou cerca de 1,2 milhão de toneladas.

Mas os riscos de um número maior são significativos e podem resultar em um déficit maior do que o esperado, o que teria que ser coberto por retiradas dos estoques da bolsa de mercadorias já em tendência de baixa.

Os estoques totais de cobre nos armazéns aprovados pela LME estão em 212.450 toneladas, enquanto os estoques em depósitos monitorados pela Bolsa de Futuros de Xangai estão em 172.266 toneladas.

Restrições sobre as importações de sucata na China também deverão contribuir para a escassez nos próximos meses. “Mesmo que a demanda seja fraca na China, terá que importar mais concentrado e metal refinado por causa das regras da sucata”, disse o gerente do fundo.

Fonte: Notícias de Mineração/ADIMB

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