Anglo American vende ativos de níquel no Brasil para grupo chinês Minmetals, por US$ 500 milhões
O acordo envolve os dois ativos operacionais de níquel que a empresa possui em Goiás – Barro Alto e Codemin (Niquelândia) – e mais dois projetos em fase de desenvolvimento (exploração mineral): Morro Sem Boné, no Mato Grosso, e Jacaré, no estado do Pará.
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A Anglo American anuncia a assinatura de um acordo de venda do seu negócio de níquel no Brasil para a companhia MMG Singapore Resources Pte, uma subsidiária integral do grupo MMG. De acordo com a Anglo American, o valor pode atingir US$ 500 mihões. O acordo envolve os dois ativos operacionais de níquel que a empresa possui em Goiás – Barro Alto e Codemin (Niquelândia) – e mais dois projetos em fase de desenvolvimento (exploração mineral): Morro Sem Boné, no Mato Grosso, e Jacaré, no estado do Pará.
Pelo negócio, a MMG deverá pagar inicialmente US$ 350 milhões quando a transação for concluída, mais uma parcela diferida e condicional de até US$ 100 milhões atrelada ao preço de venda do níquel, além de uma adicional de até US$ 50 milhões vinculados à decisão do desenvolvimento futuro dos projetos minerais.
Segundo Duncan Wanblad, presidente do grupo Anglo American, “a venda do nosso negócio de níquel, após um processo altamente competitivo, marca mais um importante passo rumo à simplificação do nosso portfólio, para a criação de uma empresa mais valiosa, focada em cobre, minério de ferro premium e nutrientes agrícolas. Com o acordo de hoje, juntamente com a venda da unidade de carvão metalúrgico na Austrália, assinada em novembro de 2024, esperamos gerar um valor total para o caixa da empresa de até US$ 5,3 bilhões, refletindo a alta qualidade dos nossos negócios de carvão metalúrgico e níquel. A mineradora MMG é respeitada por suas operações seguras e responsáveis, e nós acreditamos que nosso acordo representa uma grande realização, não somente para os nossos acionistas, mas também para nossos empregados e a sociedade brasileira. Trabalharemos juntos para garantir uma transição bem-sucedida”.
Ele acrescenta que “o portfólio focado da Anglo American, a qualidade excepcional dos ativos e as opções de crescimento oferecem uma proposta de investimento diferenciada para os investidores. Estamos potencializando o valor da companhia ao simplificar seu portfólio, nos tornando mais resilientes e ágeis, o que permitirá ao mercado perceber todo o valor da empresa”.
O CEO da MMG, Cao Liang, por sua vez, afirmou: “Estamos entusiasmados com a aquisição da operação de níquel da Anglo American, que proporciona uma diversificação importante para o nosso negócio e fortalece nossa presença na América Latina. Este é um empreendimento robusto, com uma equipe talentosa, potencial de crescimento e excelência comprovada em desempenho de sustentabilidade. Estamos ansiosos para continuar esse legado positivo. MMG e Anglo American têm um longo histórico de colaboração estreita e valores compartilhados, demonstrados por meio do nosso compromisso com os princípios do ICMM (sigla em inglês para Conselho Internacional de Mineração e Metais). Estamos animados para trabalhar juntos rumo à conclusão deste acordo”.
Ruben Fernandes, diretor regional Américas da Anglo American, afirma que “todo o processo de seleção foi feito de forma transparente e rigorosa, buscando um comprador responsável. Agora, esperamos que as operações de níquel sigam sua trajetória de sucesso e desenvolvimento regional”.
Conforme a Anglo American, o negócio de níquel da Anglo American está bem-posicionado para atender tanto às cadeias de valor de aço inoxidável, quanto de baterias. O empreendimento contempla as minas e as plantas de processamento de ferroníquel de Barro Alto e Niquelândia, que juntas produziram 39.400 toneladas de níquel em 2024; além disso, fazem parte do acordo outros dois projetos minerais com níquel de alta qualidade para desenvolvimento futuro: Jacaré, com aproximadamente 300 milhões de toneladas de recursos minerais, e Morro Sem Boné (MSB), com um potencial total de 65 milhões de toneladas. Barro Alto é a única mina de níquel do mundo que atende ao Padrão IRMA 75 (sigla em inglês correspondente à Iniciativa para a Garantia de Mineração Responsável), obtido em 2024.
“Para os próximos meses, seguiremos trabalhando em uma transição tranquila para todas as partes envolvidas, mantendo o cuidado com as pessoas e tendo a segurança sempre em primeiro lugar. A MMG receberá da Anglo American mais que um negócio de ferroníquel. Trata-se de um legado de mais de 40 anos de história em Goiás, promovendo o desenvolvimento sustentável das regiões que nos acolhem”, comenta Ana Sanches, presidente da Anglo American no Brasil.
A conclusão da negociação está sujeita às condições de praxe, incluindo a aprovação dos órgãos reguladores e de concorrência. O valor do pagamento inicial está sujeito a ajustes usuais na data do fechamento, prevista para o terceiro trimestre deste ano.
A venda do negócio níquel faz parte de um plano desenvolvido pela Anglo American que envolve uma série de mudanças estruturais importantes para desbloquear o valor inerente ao seu portfólio e, assim, acelerar a entrega de suas prioridades estratégicas de excelência operacional, simplificação de portfólio e crescimento. “Essa transformação de portfólio concentrará a Anglo American em sua base de ativos de recursos de classe mundial em cobre, minério de ferro premium e nutrientes agrícolas, uma vez concluída a venda de nossos negócios de carvão e níquel siderúrgico, a cisão de nossos negócios de PGMs (Anglo American Platinum) e a separação de nosso icônico negócio de diamantes (De Beers), informa o grupo.
Sobre a MMG
A MMG é uma empresa de mineração internacional, subsidiária da China Minmetals, uma organização estatal e uma das maiores mineradoras na China. A MMG opera e desenvolve projetos de cobre, zinco e outros metais básicos na Austrália, Botsuana, República Democrática do Congo, Peru e Canadá. As sedes estão localizadas em Melbourne e Pequim, e a empresa é listada nas bolsas de valores de Hong Kong (HKEX) e na Austrália (ASX).
Fonte: Brasil Mineral