Os planos de crescimento da Hochschild Mining no Brasil
Além de Mara Rosa, a Hochschild está concluindo a pesquisa geológica no depósito de minério aurífero Monte do Carmo, no estado de Tocantins.
Após um intervalo de algumas décadas, a Hochschild Mining volta a investir no Brasil, que poderá se tornar o segundo país, depois do Peru, em sua estratégia de crescimento. A empresa concluiu um investimento da ordem de US$ 200 milhões para implantação do projeto Posse, em Mara Rosa, no estado de Goiás, que entrou em produção comercial no segundo trimestre de 2024 e que tem capacidade instalada para produzir 80 mil onças de ouro anuais durante os atuais 12 anos de vida do projeto.
Além de Mara Rosa, a Hochschild está concluindo a pesquisa geológica no depósito de minério aurífero Monte do Carmo, no estado de Tocantins, no qual a empresa firmou uma opção de compra junto à Cerrado Gold, pelo valor de US$ 60 milhões. A Hochschild tem até o primeiro trimestre de 2025 para exercer a opção de compra e, neste caso, terá que desembolsar mais US$ 45 milhões, além dos US$ 15 milhões já adiantados à Cerrado, e decidir pela implantação do empreendimento. A expectativa da empresa é de viabilizar o projeto Monte do Carmo, que poderá entrar em produção em até três anos. Além dos projetos Mara Rosa e Monte do Carmo, a Hochschild detém 20% da Aclara Resources, que está viabilizando a implantação do projeto Módulo Carina, no município de Nova Roma, em Goiás, para o qual estão previstos investimentos de US$ 599 milhões e que deverá produzir Elementos de Terras Raras a partir de argilas iônicas.
Em entrevista à Brasil Mineral, o COO da Hochschild Mining, o brasileiro Rodrigo Nunes, fala sobre a implantação bem-sucedida do projeto em Mara Rosa, entregue no cronograma e dentro do orçamento previsto, e dos planos de crescimento da empresa no Brasil.
BRASIL MINERAL – Qual é o status atual do projeto Mara Rosa, em Goiás?
RODRIGO NUNES – Antes creio que é importante falar um pouco da Hochschild Mining. Somos uma empresa focada na produção de metais preciosos, ouro e prata, e já temos mais de 110 anos de existência. Desde 2006, começamos a ser cotados na bolsa de Londres e o nosso foco principal de operação é nas Américas. Hoje, temos três operações: uma operação no Peru, que é a nossa mina Inmaculada, a principal do grupo; temos uma operação na Argentina, que é a mina San José; e temos a nossa mais recente Unidade, Mara Rosa, no Brasil. Além das três minas em operação, nós temos três projetos em fase mais avançada. Um projeto no Peru, que é a extensão da nossa mina Pallancata, que hoje está em care & maintenance e onde descobrimos um recurso mineral muito significativo, do qual estamos em processo de licenciamento ambiental e que esperamos entrar em produção em 2028. Nós também temos um projeto no Chile, que é o nosso projeto Volcán, na região de Maricunga. E, mais recentemente, com o sucesso do projeto Mara Rosa, partimos para uma opção de compra e estamos neste momento na fase de avaliação do projeto Monte do Carmo, que pertence à Cerrado Gold. É um projeto em Tocantins, de porte similar ao projeto Mara Rosa, no qual estamos avançando com estudos e exploração. Esperamos até o primeiro trimestre do próximo ano tomar uma decisão de compra deste projeto e eventualmente, posteriormente a isso, iniciar a construção.
Falando agora sobre o projeto Mara Rosa: é um projeto que hoje está 100% operacional. Já passamos a fase do ramp up do projeto e agora ele já está em capacidade nominal. Inclusive, atualmente estamos fazendo alguns trabalhos de otimização para aumentar um pouco a capacidade nominal da planta de 7 mil toneladas por dia para 8 mil toneladas por dia, de forma sustentável.
Tivemos a nossa primeira barra de ouro em fevereiro de 2024, como anunciado ao mercado, entramos em produção comercial em maio e hoje já estamos a 100% de capacidade operacional, e produzindo bem. Foi um projeto muito interessante para a Hochschild entrar, depois de 110 anos de experiência, e voltar a operar no Brasil após algumas décadas. Recebemos suporte total institucional do Brasil, seja a nível local, da prefeitura de Mara Rosa, seja do estado de Goiás, que acolheu e entendeu a importância de um investimento dessa magnitude para a região. E, muito importante, a população da cidade de Mara Rosa também nos acolheu, nos deu as boas-vindas e aprovou a nossa entrada. Nossa relação com a comunidade é muito positiva.
Veja a matéria completa na edição 443 de Brasil Mineral