Procurando um Hotel em Cristalina

Procurando um Hotel em Cristalina

Por Vanderlei Antônio de Araújo

No fim da tarde de um longo dia de trabalho, chegamos a Cristalina,
do interior de Goiás. Entramos por uma rua que parecia ser a mais
movimentada: tinha um comércio forte, um ponto de táxi e um posto de
gasolina. O que mais queríamos naquela hora era um hotel para
descansar, tomar um banho, sair e apreciar uma cerveja gelada, depois
jantar, voltar para o hotel e dormir. Mas, encontrar um hotel naquela
cidade não foi fácil. Paramos no posto de gasolina e perguntamos ao
frentista onde encontraríamos um bom hotel. Não existe lugar melhor
para quem quer se informar quando se chega a uma cidade do que num
posto de gasolina. O frentista nos falou apressadamente, e o ouvimos
dizer: kaleb. E voltou-se correndo para atender um carro que acabava
de estacionar junto à bomba de gasolina.

vila-rica-parceiro
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Ficamos um pouco confusos, a princípio. Todos ouviram o frentista
falar que o nome do hotel era Kaleb. Seria mesmo Kaleb o que ele quis
dizer? Todos concordaram. E então, saímos a procura do tal hotel,
pois, o frentista não voltou para explicar melhor. A primeira pessoa
que encontramos na rua, perguntamos onde ficava o hotel kaleb. Ela
respondeu que não sabia. E assim, saímos perguntando a cada pessoa que
encontrávamos. Além de dar uma resposta negativa, a maioria dizia que
não conhecia tal hotel. Mesmo assim insistíamos em encontrá-lo,
rodando pela cidade, pois acreditávamos que de um momento para o
outro, alguém que sabia o endereço do hotel, nos informaria.

Rodando por uma avenida, abordamos uma moça que disse que não conhecia
nenhum hotel, muito menos com aquele nome. Em seguida, uma senhora de
cabelos grisalhos disse a mesma coisa. Um senhor que passava naquele
momento, disse que talvez fosse na próxima rua à direita.

Pior ainda foi quando encontramos um vendedor de sorvetes que
empurrava um carrinho, Ele parou para nos atender. É a pessoa mais
indicada, alguém falou. Este sujeito anda a cidade inteira, deve
conhecer tudo aqui. Concordamos. Perguntamos ao sorveteiro onde ficava
o hotel Kaleb. Ele fez uma cara de quem se esforçava muito para
lembrar e desconfiando da pergunta, perguntou:  Hotel Kaleb?  Sim,
respondemos. Certo de que ele soubesse, entusiasmados, esperamos a
resposta. Mas o homem olhou com desconfiança e pegou rapidamente, o
carrinho de sorvete e seguiu em frente. Uma decepção geral. Todo o
trabalho para encontrar o hotel kaleb naquela cidade tinha sido em
vão. Mesmo assim, resolvemos continuar parando e perguntando as
pessoas na rua. Uma moça a quem pedimos informação sobre o hotel
também não o conhecia. Um homem que dirigia uma carroça não sabia de
nada. Contudo, para não ficar mal, deu uma desculpa.

Já desanimados encontramos um senhor de uns setenta e poucos anos. Ele
hesitou. Depois, nos disse que não conhecia nenhum hotel com este
nome. Contudo, nos disse que na Avenida Kaleb, havia um, mas não sabia
seu nome. Seguimos em frente, ansiosos, procurando a tal avenida
indicada pelo homem. Não foi difícil localizá-la. E assim, depois de
muito rodar, descobrimos a tal avenida e o hotel. Então, entendemos o
que o frentista queria nos dizer. Kaleb era a avenida onde havia um
hotel.

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