TERRAS RARAS – Interesse de Trump na Groenlândia reflete disputa global por trilhões em minerais críticos

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TERRAS RARAS

Interesse de Trump na Groenlândia reflete disputa global por trilhões em minerais críticos

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O território ártico abriga estimadas 38,5 milhões de toneladas de terras raras, além de expressivos depósitos de urânio (593 mil toneladas), zinco (81,6 milhões de toneladas), e reservas significativas de níquel e cobalto.

As recentes declarações de Donald Trump, às vésperas de sua volta à cadeira presidencial americana, reacendeu discussões sobre seu interesse na Groenlândia, território que em 2019 ele tentou comprar da Dinamarca. Por trás da proposta, classificada na época como “absurda” pelo governo dinamarquês, está uma disputada reserva mineral crítica avaliada em US$ 1,7 trilhão.

O principal ativo mineral da ilha, o projeto Kvanefjeld, controlado pela Greenland Minerals Ltd com participação de 12,5% da chinesa Shenghe Resources, abriga uma das maiores reservas de terras raras fora da China. Com 11,1 milhões de toneladas de óxidos de terras raras. O depósito poderia suprir parte significativa da demanda ocidental por estes elementos essenciais para tecnologias verdes e de defesa.

“O interesse de Trump não foi um capricho imobiliário, mas parte de uma estratégia mais ampla de segurança mineral”, explica Robert Anderson, especialista em geopolítica de recursos naturais da Universidade de Columbia. “A Groenlândia representa uma alternativa crucial à dependência chinesa em minerais críticos.”

O território ártico abriga estimadas 38,5 milhões de toneladas de terras raras, além de expressivos depósitos de urânio (593 mil toneladas), zinco (81,6 milhões de toneladas), e reservas significativas de níquel e cobalto. O derretimento acelerado das geleiras, que perde 234 bilhões de toneladas de gelo anualmente, está tornando estes recursos mais acessíveis.

No entanto, o cenário mudou significativamente desde a proposta de Trump. Em 2021, o parlamento da Groenlândia aprovou legislação proibindo a mineração de urânio e a exploração de depósitos contendo mais de 100 partes por milhão deste elemento, impactando diretamente projetos como Kvanefjeld, onde o urânio ocorre naturalmente junto às terras raras.

“A posição americana precisa agora considerar este novo contexto regulatório”, afirma Marie Jensen, analista de política mineral do Instituto de Recursos Globais. “Qualquer estratégia de acesso a estes recursos terá que se adequar às crescentes preocupações ambientais da Groenlândia.”

A China, que atualmente domina mais de 80% do processamento global de terras raras, mantém forte presença na região através de investimentos estratégicos. Esta realidade alimenta preocupações nos EUA sobre segurança mineral, tema frequentemente abordado por Trump em seus discursos sobre política externa.

O interesse renovado na Groenlândia também reflete uma corrida global por recursos críticos para a transição energética. Estimativas indicam que a demanda por terras raras poderá triplicar até 2035, impulsionada pela produção de veículos elétricos, turbinas eólicas e tecnologias de defesa.

Erik Rasmussen, do Ministério de Recursos Minerais da Groenlândia, destaca: “Nossa política mineral prioriza parcerias que respeitem nossa soberania e objetivos ambientais. O desenvolvimento destes recursos deve beneficiar primariamente nossa população.”

Com o aquecimento global acelerando o acesso a estas reservas estratégicas, a Groenlândia emerge como peça-chave no tabuleiro geopolítico global dos minerais críticos, independentemente de quem ocupe a Casa Branca.

Fonte: Brasil Mineral

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