Único produtor brasileiro de terras raras, a Serra Verde é pioneira também no social
Cerca de 70% da mão de obra empregada na Serra Verde é local e, desse percentual, quase 30% é composto de mulheres.
A Serra Verde Mineração, que no início de 2024 fez o start up do primeiro empreendimento industrial para lavra e processamento de terras raras no Brasil, foi eleita como Empresa do Ano do Setor Mineral, na categoria Governança Social, principalmente pelo trabalho de engajamento da comunidade do município de Minaçu durante as fases de implantação e início de operação do seu projeto, que é pioneiro no País. Cerca de 70% da mão de obra empregada na Serra Verde é local e, desse percentual, quase 30% é composto de mulheres.
Falando em nome das mais de 1.300 pessoas envolvidas direta e indiretamente com a operação da Serra Verde, Ricardo Grossi, que é Presidente da Serra Verde Pesquisa e Mineração e COO do Grupo Serra Verde, afirmou que tem muito orgulho de falar da empresa, pelo fato de ser um empreendimento novo e inovador. “Costumamos dizer que, na Serra Verde, todo mundo é o primeiro fora da Ásia. Acabamos por nos auto-intitular como pioneiros, porque de fato somos pioneiros em terras raras fora da Ásia, o que nos dá muito orgulho. Aliás, creio que a maioria das pessoas que vieram trabalhar conosco o fizeram pelo ineditismo da commodity, pelo fato de poder, de alguma forma, contribuir e atuar diretamente na questão das mudanças climáticas. É muito prazeroso poder trabalhar numa empresa em que tudo é inédito. A palavra pioneiros caminha muito conosco e temos muito orgulho disso”.
Outro ponto que o dirigente destaca é a forma como a Serra Verde chegou à comunidade que, em sua opinião, foi a “chave do sucesso” do empreendimento. “Nós fomos muito bem suportados na época, inclusive favorecidos pelo fato de Minaçu (que significa Mina Grande, em linguagem indígena) ser uma cidade de mineração, onde existe uma mineradora há muitos anos, que é a Sama.
Rossi explica que é muito desafiador implantar e operar um projeto como o da Serra Verde, começando do zero. Até que o empreendimento se tornasse realidade, foram cerca de 16 anos, desde as primeiras explorações, em 2008, até a operação comercial, em 2024. Foi um trabalho que incluiu o conhecimento do depósito, seguido pela definição da rota de processo, estudo de viabilidade, obtenção dos recursos financeiros, depois licenciamento, construção e início de operação. Sem contar que, no caso da Serra Verde, houve a venda dos ativos para o sócio atual, em 2011. “É uma história longa, mas os investidores acreditaram muito no projeto, ficaram muito tempo investindo sem retorno financeiro, inclusive na comunidade”, diz ele, acrescentando que durante esse período a empresa fez um trabalho de escuta ativa com a população e de formação de fornecedores locais. “Cerca de 26 mil pessoas passaram pelas nossas atividades”, diz Grossi.
Herta Torres, gerente de Relações Institucionais e Responsabilidade Social Corporativa da empresa, observa que “a mineração é importantíssima para os municípios, para o país, para a nossa economia, mas sabemos que é uma atividade que pode findar. E quando ela terminar, é preciso que ninguém fique triste com a nossa saída, que a cidade desenvolva uma dinâmica própria. E estamos tentando contribuir também nesse sentido”.
Um ponto que favoreceu a Serra Verde, na opinião de Grossi, é que, embora esteja numa área remota, a cidade tem boa estrutura. “Nós estamos numa cidade mineradora, com acesso à mão de obra, tanto que 70% da mão de obra é do município de Minaçu. Eu nunca tinha visto isso, de ter 70% de mão de obra local. Além disso, 28% da mão de obra é feminina, um número também inédito para mim. E 80% dos profissionais são do estado de Goiás”. O segundo aspecto salientado por ele é o acesso à energia renovável, energia limpa, que é 100% hidrelétrica. Em terceiro, o apoio das comunidades. Além disso, temos boas rodovias, porque o estado de Goiás possui boa infraestrutura. E, finalmente o ativo principal, que é a nossa mina”.
A visão da Serra Verde, conforme Grossi, é de ser um dos fornecedores de terras raras mais respeitados no mundo em questões de ESG, que são os pontos fortes da empresa no mercado. “Nosso recurso é muito específico. Nós competimos com países como Miannmar e Vietnã, basicamente, que têm um modelo de operação e uma forma de operar bem diferente de nós, sob o ponto de vista ambiental”.
Veja a matéria completa na edição 444 de Brasil Mineral