USO DE RESÍDUOS DE MINERAÇÃO É ABORDADO EM EVENTOS SOBRE REMINERALIZADORES

USO DE RESÍDUOS DE MINERAÇÃO É ABORDADO EM EVENTOS SOBRE REMINERALIZADORES

É necessário muito estudo para avançar no uso de rejeitos de mineração como remineralizadores de solo,

afirmam pesquisadores que participaram do seminário “Subprodutos da mineração como potenciais remineralizadores de solos e fertilizantes naturais”, realizado nesta semana em Brasília

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O evento foi organizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), por meio da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM), nos dias 17 e 18 de junho.

No seminário, foram discutidos o marco legal dos remineralizadores de solos, a situação atual dos registros e a modernização da legislação para esses insumos. Também foram apresentados a definição legal para o uso de pó de rochas no solo, os recursos potenciais da mineração e exemplos práticos sobre o uso dessa matéria-prima.

O seminário apresentou os resultados do Grupo de Trabalho de Remineralizadores, instituído em 2012 e que é coordenado pela SGM, com o intuito de comprovar, por meio de estudos, que é possível aumentar a produtividade do solo com baixo impacto ambiental e redução das emissões de gases de efeito

estufa. A expectativa é valorizar e dar maior eficiência aos recursos naturais, com baixa geração de resíduos e equidade social.

Remineralizadores são materiais de origem mineral que sofrem redução por processos mecânicos. O uso desses insumos possibilita a alteração dos índices de fertilidade do solo, por oferecerem macro e micronutrientes para as plantas.

“Percebemos que por demanda e exigência do produtor rural, este produto tornou-se não um substituto mais barato, mas uma alternativa para os fertilizantes convencionais reconhecidamente eficientes, mas ecologicamente questionáveis”, disse Luís Maurício Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), em nota enviada ao NMB.

Azevedo, que participou do seminário, é também diretor da Triunfo Mineração do Brasil, uma subsidiária da Harvest Minerals, que produz o KP Fértil, produto registrado como remineralizador. Durante o seminário, o engenheiro agrônomo apresentou esse produto como exemplo de remineralizador desenvolvido no país.

A empresa vai no dia 24 de julho realizar um encontro de cientistas do setor em fertilizantes, microbiótica e agroecologia, com produtores regionais na Universidade de Patos de Minas para a apresentar os resultados da aplicação do KP Fértil em diversas culturas.

Rejeitos

Técnicos que estudam os remineralizadores de solos, como Suzi Theodoro, da UnB, e geóloga Magda Bergmann, da CPRM, assim como os produtores, veem com ceticismo o uso de rejeitos de mineração como remineralizadores.

O uso de rochas como remineralizadores, segundo Magda, foi objeto de muitos estudos geológicos, e declarou que nem toda rocha se presta para esse fim. Suzi destacou toda uma gama de estudos agronômicos e características. Estudando o assunto há muitos anos, viu quanto os empresários do setor dedicaram em termos de convencimento junto ao mercado consumidor. As pesquisadoras temem que se banalize uma ciência e alertam que não se busque com um relaxamento da norma, para permitir venda de rejeitos e estéreis, sem qualquer eficiência agronômica.

Carlos Augusto Posser Silveira, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, tratou em sua apresentação da necessidade de protocolos para avaliação da eficiência de remineralizadores de solos. No seminário também foi abordado a legislação e o registro desses projetos no Ministério da Agricultura (Mapa) bem como a situação atual dos registros de remineralizadores, a modernização da legislação de remineralizadores e uma possível utilização de resíduos minerais. Rogério Ribeiro, do Sindirochas do Espírito Santo, falou sobre as oportunidades e desafios do uso de subprodutos de mineração na agricultura capixaba.

“Apesar de toda representatividade do Espírito Santo no setor de rochas ornamentais, o Estado ainda está iniciando seus estudos sobre a rochagem. No entanto, a parceria do Sindirochas e Embrapa tem alavancado o debate sobre o tema”, afirmou Ribeiro referindo-se ao acordo assinado entre as duas instituições em fevereiro deste ano.

Embrapa

No evento, também foi lançado o Zoneamento Agrogeológico do Brasil. Trata-se de um instrumento técnico-científico construído a partir da interação de dados disponíveis entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM/SGB) e a Embrapa.

A CPRM forneceu informações do mapeamento geológico do país, e a Embrapa, por sua vez, agregou informações de solos e culturas agrícolas para fornecer subsídios para a pesquisa, assistência técnica e

extensão rural, e também para orientar tomadores de decisões no estabelecimento de políticas públicas para a sustentabilidade dos setores agroindustrial e mineral.

Fonte: Notícias de Mineração/ADIMB

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