CPRM INTEGRA DEBATE VIRTUAL SOBRE PARTICIPAÇÃO FEMININA NA MINERAÇÃO

CPRM INTEGRA DEBATE VIRTUAL SOBRE PARTICIPAÇÃO FEMININA NA MINERAÇÃO

Iniciativa é do comitê de gênero do MME e contou com a participação de representantes do ministério, do IBRAM e da ANM

O Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) participou, na tarde desta quinta-feira (06), do evento virtual Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração Brasileira, promovido pelo Comitê Permanente para Questões de Gênero, Raça e Diversidade do Ministério de Minas e Energia e Entidades Vinculadas (Cogemmev). A iniciativa do Cogemmev faz parte de uma série de sete seminários online e surge da necessidade de fortalecer as discussões sobre novas formas de gestão estratégica e de pessoas.

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Gabriella Di Felício, coordenadora do Comitê Pró-Equidade de Gênero, Raça e Diversidade da CPRM, mediou a discussão, que também contou com a participação do Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Alexandre Vidigal; da Gerente de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e vice-presidente da Women in Mining Brasil, Cláudia Salles; e da Diretora da Agência Nacional de Mineração (ANM) Débora Puccini.

Quem abriu a sessão de debates foi Salles, abordando a participação fundamental do IBRAM na agenda da inclusão de gênero. “Desde a sensibilização e a oportunidade do IBRAM e de seu conselho em criar espaços para discutirmos e internalizarmos o assunto dentro do instituto e junto aos associados”, afirmou. A diretora acrescentou ao apoio do IBRAM a mobilização do setor em torno da causa feminina, a articulação com entidades parceiras e o engajamento dos CEOs.

Salles em seguida apresentou a Proposta de Valor do instituto, que inclui a construção de um novo olhar para o setor mineral brasileiro. Para a vice-presidente, essa compreensão deve contemplar o respeito à diversidade em todos os níveis de organização e em todas as áreas de atuação, com estímulo da participação das mulheres nos ambientes de trabalho, como fonte de expertise técnica, de excelência operacional e de inovação, pensando na mineração do futuro. “Tem havido uma procura por posturas mais transparentes nas empresas, com maior credibilidade e confiança nos dados. E as temáticas da inclusão e da diversidade são totalmente vinculadas a esses propósitos”, observou.

A palestrante então expôs o Plano de Ação para o Avanço das Mulheres no Setor Mineral Brasileiro, adaptado do Plano de Ação do Women In Mining do Canadá. “O projeto do Canadá tem 5 etapas. Nós adaptamos à nossa realidade e acrescentamos outras três, também relevantes para que o plano tenha maior amplitude”, explicou. De acordo com Salles, o plano traz um conjunto de oito estratégias sistêmicas:

  • Práticas inclusivas para oportunidades de carreiras;
  • Ambientes de trabalho seguros física e psicologicamente;
  • Habilidade de conciliar trabalho e compromissos pessoais;
  • Sinais e símbolos de inclusão de gênero na cultura e no local de trabalho;
  • Uma indústria que seja ímã de talentos;
  • Diversidade de fornecedores – contratação de empresas lideradas por mulheres;
  • Investimento nas mulheres presentes nas comunidades e
  • Desenvolvimento de talentos para o futuro.

O plano também contém as explicações de cada estratégia, facilitando o entendimento delas. Há a descrição do desafio, seguida de sua importância e da necessidade de mudança, com fatos, referências e estudos que apresentam os benefícios de investir na mudança. As explicações também incluem ações para ajudar na implementação da estratégia e exemplos e resultados de boas práticas.

Para se comprometer com o plano, é preciso assinar a Carta de Adesão. Atualmente, onze empresas do setor mineral já aderiram às estratégias. “É um compromisso da empresa assinante em implementar as estratégias e verificar, por meio de indicadores, a implementação”, finalizou a diretora.

Ações da Agência Nacional de Mineração Débora Puccini deu continuidade ao evento com alguns exemplos pessoais da falta de participação das mulheres no setor de mineração do Brasil. A diretora da ANM cursou geologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e se formou em 2001. “Na minha turma, havia 50 estudantes. Eu era a única mulher”, relembrou.

Para ela, a questão de gênero, e de diversidade de maneira geral, é primordial nos dias de hoje. “Precisamos aproveitar que há séries de resoluções modernas para executar, e que bom que as discussões estão convergindo para isso”, opinou. “Na ANM, começamos a colocar a questão de inclusão e de programas de gênero e temos uma

proposta a ser implementada ao longo deste ano, que foi interrompida pela pandemia. Esperamos até o final do ano ter essa política interna concluída”, afirmou a geóloga, que acrescentou que a agência está passando por um período de modernização de práticas.

Puccini argumentou que a mineração e a geologia não têm alcançado os jovens. “Um desafio que temos no setor mineral, tanto público quanto privado, e que precisa de um esforço conjunto, é o incentivo aos jovens sobre o conhecimento da importância da mineração”, afirmou. “Precisamos mudar a visão que a mineração tem tido de atividade degradante, isso tem afastado os jovens da ciência”, continuou a diretora. Para a geóloga, com a consciência do desenvolvimento sustentável, tanto ambiental quanto social e econômico, há novas formas de mineração, de maneiras muito melhores do que as de hoje e do passado. “Esse é o recado que precisamos dar às gerações mais novas”, concluiu.

A Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral Alexandre Vidigal destacou a importância e a atualidade do tema. “Eu, que estou na linha de frente com os setores da mineração, sei o quanto precisamos adotar medidas e ações para aumentar a participação das mulheres nesse setor importantíssimo para a economia do país”, argumentou. O secretário referia-se às relações estabelecidas entre homens e mulheres no que diz respeito ao conceito de pró-equidade, ou seja, promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, diminuindo as diferenças que colocam a mulher em situação desprivilegiada. “Quando tenho contato com os dirigentes do setor, praticamente 90%, 95% dos presentes são homens. Não vemos no quadro diretivo das empresas a presença feminina e, quando vemos, é de maneira mínima”, exemplificou o secretário.

Vidigal ressaltou que são necessárias ações estimulantes para recuperar o desequilíbrio. “O ambiente da mineração, principalmente nos quadros diretores, comporta a contribuição e a excelência da participação feminina de maneira muito mais abrangente do que a de hoje” afirmou. “Como exemplo, cito a SGM: há um padrão nos cargos que alcançou um nível de equilíbrio, nos quais o que prevaleceu foi a competência e a experiência de cada um.” De acordo com o secretário, cerca de 48% dos cargos da SGM são ocupados por mulheres. “É possível alcançar esse patamar. A grande indagação que precisa ser feita é como promover esse avanço”, colocou.

O secretário destacou em sua fala o apelo da igualdade como base. “O verdadeiro sentido do princípio da igualdade é tratar igualmente os desiguais. Primeiro, identificam-se as desigualdade para, depois, aplicar a igualdade, que juridicamente conceituamos como o tratamento isonômico. Homens e mulheres são iguais na medida de suas diferenças, mas são legitimamente desiguais em suas desigualdades”, concluiu.

Acesse o Plano de Ação da Women In Mining Brasil

Fonte: CPRM/ADIMB

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