Riscos para crescimento abalam metais e derrubam minério e cobre
Por Bloomberg
O minério de ferro acelerou as perdas nesta semana, e os futuros caíram 12% em Cingapura, para a menor cotação desde dezembro (Imagem: Pixabay/Letiha)
Os contratos de minério de ferro despencaram e o cobre caiu para uma mínima de quatro meses em meio às crescentes preocupações com a produção de aço na China, os riscos para o crescimento global e a perspectiva de redução do estímulo nos Estados Unidos.
O minério de ferro acelerou as perdas nesta semana, e os futuros caíram 12% em Cingapura, para a menor cotação desde dezembro.
A desvalorização é motivada por expectativas de que a produção e o consumo de aço chinês vão diminuir no resto do ano, em parte devido às medidas para reduzir a poluição. Os preços acumulam baixa de mais de 40% em relação ao recorde alcançado há apenas três meses.
Os mercados de metais também são pressionados pela expectativa de que o Federal Reserve possa em breve começar a reduzir o enorme estímulo que ajudou a elevar os preços no último ano, bem como pelos riscos da variante delta do coronavírus, que se espalha rapidamente.
Dados mais fracos nos EUA e na China recentemente reforçaram a percepção de que a recuperação econômica global está perdendo força.
Essas preocupações empurraram o cobre abaixo de US$ 9.000 a tonelada na quinta-feira, e o estanho se desvalorizou 11% com a queda de todos os metais básicos.
Ações do setor de mineração também foram afetadas: BHP, Rio Tinto, Glencore e Antofagasta chegaram a cair mais de 3%. O petróleo também perdeu terreno, sendo negociado abaixo de US$ 65 o barril, a menor cotação desde maio.
“A recente desaceleração dos números macro chineses, a propagação da Covid-19 na China e agora também um dólar ainda mais forte são riscos potenciais que, no curto prazo, podem desafiar as perspectivas altistas de longo prazo para o cobre”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.
Ações do setor de mineração também foram afetadas: BHP, Rio Tinto, Glencore e Antofagasta chegaram a cair mais de 3% (Imagem: Facebook/Rio Tinto)
A ata do Fed divulgada na quarta-feira mostrou que a maioria das autoridades do banco central dos EUA estava de acordo com a possibilidade de desacelerar o ritmo de compras de títulos no fim deste ano devido ao avanço rumo às metas de inflação e de emprego, o que favorece o dólar e reduz o apelo das commodities.
Fonte: Moneytimes/ABPM